quinta-feira, 5 de maio de 2011

Moção da Congregação do IA

MOÇÃO PELA RETIRADA DOS PROCESSOS À COMUNIDADE ACADÊMICA

A Congregação do Instituto de Artes, em sua 186ª reunião ordinária, no dia 05 de maio de 2011, manifesta-se contrária à abertura de processos criminal, civil e administrativo a nove funcionários, e de processso disciplinar a cinco estudantes.

Os processos em virtude da participação de funcionários e estudantes em movimentos por suas reivindicações ferem os princípios do diálogo entre a Comunidade Acadêmica e da Autonomia Universitária.  Estes pirncípios são o alicerce que edifica a UNICAMP, e garantia de uma Universidade democrática e livre.

Esta Congregação entende que os assuntos de interesse da Comunidade Acadêmica devem ser tratados no âmbito interno à UNICAMP, sem o uso de instrumentos alheios à Universidade.

Assim, solicitamos ao Magnífico Reitor Professor Doutor Fernando Ferreira Costa, a retirada dos processos à Comunidade Acadêmica.

Atenciosamente,
Congregação do IA

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Os Cabeças Raspadas

por Daniel Aarão Reis | publicada em: 29/3/2011
O Globo, de Rio de Janeiro (RJ)

A recente viagem ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, continua a suscitar indagações.

O mundo já está acostumado aos shows midiáticos e aos espetáculos de pirotecnia que cercam os deslocamentos do chefe da maior potência mundial, mas eles de modo geral estão associados a objetivos definidos ou presumíveis.

Não foi o caso da última viagem.

O que veio Obama fazer no Brasil?

Bater um papo com Dilma Rousseff? Tomar drinks com ex-presidentes? Visitar o Corcovado à noite? Fazer um comício no Teatro Municipal? Espiar um grupo de capoeira na Cidade de Deus?

Fiquemos com as cenas mais bonitas: o panorama da cidade e o jogo da capoeira. Eu seria o último a subestimar a linda vista que se pode descortinar do Cristo ou a não valorizar o ritmo e a beleza da luta que se realiza ao som do berimbau, mas seriam razões suficientes para mobilizar oitocentos homens, um porta-aviões, cinco helicópteros, duas limusines blindadas e mais a parafernália de soldados e guardas brasileiros, sem falar no precioso tempo de sumidades políticas e jornalísticas do Brasil e do mundo?

Não há um ridículo atroz neste jogo de cena?

O fato é que a viagem provocou, como seria de esperar, a ira de grupos e partidos revolucionários. Um deles, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado/PSTU, resolveu protestar. Um ato de rotina numa república democrática. Quem gosta aplaude. Quem não gosta protesta.

Pois foram às ruas algumas dezenas de militantes, com suas bandeiras e gritos de revolta, e mais outras pessoas que se juntaram, por concordarem ou acharem graça na manifestação.

Desfilaram pelo centro da cidade, vigiados de perto pela polícia, com o bom humor das minorias críticas que se sabem reduzidas mas que extraem disso ânimo para continuar protestando, à espera de melhores momentos. A passeata, como seria óbvio, terminou no consulado estadunidense, é ali que desembocam há décadas todos os atos públicos realizados no Rio de Janeiro contra as políticas e as lideranças do Grande Irmão do Norte.

Tudo nos conformes, na paz da rotina democrática. Os manifestantes manifestavam, a polícia policiava.

Foi aí que alguém lançou um coquetel molotov contra o prédio do consulado. A garrafa cheia de gasolina explodiu, ferindo um funcionário.

O episódio suscitou os "instintos primitivos" da polícia. Encerrou-se, então, a rotina democrática e começou a barbárie.

Em vez de dispersar a pequena multidão, os meganhas saíram baixando o cacete e prendendo gente.

Prenderam treze. Dez militantes do PSTU e mais três pessoas que se haviam incorporado ao protesto, entre as quais um menor de idade e a respeitável e popular figura da "vovó tricolor", envergando a camisa de seu bem-amado clube, mas disso não quiseram saber os policiais. Caiu na rede, na rede ficou, e assim vestida foi levada presa.

E anotaram: presos em flagrante delito.

Falso.

Uma falsidade evidente, eis que um molotov só pode ser lançado pela mão de apenas uma pessoa. Na história das manifestações em todo o mundo, jamais, por impossibilidade física, treze braços foram capazes de arremessar um único molotov. Além disso, nos autos das prisões, ninguém foi acusado nominalmente de nada. Interrogados, todos negaram veementemente ter praticado o delito, atribuindo-o à irresponsabilidade ou à provocação de alguém não identificado.

Nestas horas a polícia não costuma conversar ou discutir. Empurra, bate, prende e leva. Prendeu os treze. Levou os treze. Foram todos para a delegacia, na expectativa de esclarecerem suas razões e serem imediatamente libertados.

Não foi o que aconteceu.

O representante do Ministério Público e o juiz de plantão, solicitados pelo advogado dos presos, e exercitando o saber jurídico, houveram por bem manter a prisão. Alegaram que os manifestantes eram um "perigo" para a excursão que o presidente dos EUA fazia no Brasil, inclusive o menor de idade e a "vovó tricolor". Além disso, argumentaram que "maculavam" a imagem do país no mundo. Um país que vai organizar a Copa do Mundo e as Olimpíadas não pode tolerar certas liberdades. Mesmo que sejam republicanas e democráticas.

À violência da prisão arbitrária somou-se à violência da Justiça.

E veio então uma terceira violência. Ignorando o caráter politico do protesto - e da prisão -, despacharam os detidos para presídios comuns, onde permaneceram por setenta horas, quase três dias. As mulheres - três -, para Bangu 8; os homens - nove -, para o presídio Ary Franco; e o menor para o Centro de Triagem, na Ilha do Governador. E se permitiram - quarta violência - raspar as cabeças dos homens, numa tentativa - vã - de ofendê-los e de humilhá-los.

Violências inomináveis. À sombra da lei, mas ilegais. E covardes.

Que saibam o juiz, o representante do Ministério Público, os policiais e os carcereiros que, se máculas houve - e houve máculas - elas foram causadas por esta sequência de violências, pelas quais suas excelências são responsáveis.

Foram cometidas, estão feitas, não há como repará-las.

Resta-me, além do registro indignado do triste episódio, à maneira de uma singela homenagem, declinar os nomes dos que foram presos: Gilberto Silva, Rafael Rossi, Pâmela Rossi, Thiago Loureiro, Yuri Proença, Gualberto Tinoco, Gabriela Costa, Gabriel Paulo, José Braunschweiger, Andriev Santos, João Pedro, Wagner Vasconcelos, Maria Pereira da Silva.

Rasparam a cabeça de muitos. Mas vocês conservaram o mais importante: a cabeça e o caráter. Cabe esperar agora que não sejam raspados da memória da cidade e do país.

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«Pelo arquivamento do processo criminal contra os 13 do Consulado.»

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8248



terça-feira, 29 de março de 2011

Moção de Repúdio à reitoria da Unicamp - pela Câmara Municipal de Campinas

Os vereadores Sérgio Benassi (PCdoB) e Ângelo Barreto (PT) apresentaram moção de repúdio contra criminalização da greve de servidores da Unicamp.

Confira a íntegra da moção:

Moção de Repúdio

EMENTA: Protesta contra ato da Reitoria da Unicamp que pretende processar trabalhadores que fizeram parte do Comando de Greve durante campanha salarial 2010

Nove trabalhadores da Unicamp que participaram do processo de greve durante a mobilização da Campanha Salarial 2010 foram surpreendidos com a abertura de inquérito policial formalizados após boletim de ocorrência feito pela Procuradoria da Unicamp no período da greve.
Durante a greve e no final dela houve uma Comissão de Negociação que tratou das questões relacionadas aos descontos da greve e punições.
A reitoria negociou os dias parados e na mesa de discussões com a Comissão em nenhum momento apontou qualquer situação referente a atos da greve que justificassem punição. Também não houve nenhum procedimento administrativo que apontasse ações e atos ilegais de qualquer trabalhador da Unicamp que tenha participado da greve.
Para surpresa de todos, os trabalhadores procuraram o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp – STU informando terem sidos acionados judicialmente através de ação cível por danos materiais contra a universidade.
Ante ao exposto, a Câmara Municipal de Campinas REPUDIA a ação da reitoria da Unicamp em tratar a mobilização dos trabalhadores como caso de polícia intimando futuras mobilizações e criminalizando os movimentos sociais, e requeremos na forma regimental, seja enviada cópia da presente Moção de REPUDIO a Reitoria da Unicamp e ao Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp – STU.


****Extraído do site do STU****

Reunião do Comitê - Mudança de Local - DCE

Atenção: A próxima reunião do comitê irá acontecer na quarta-feira (30/03), 12h, no DCE.

Boletim 01 - Chamado para Ato no Consu

O boletim distribuído hoje, convocando o ato no Consu, pode ser baixado clicando aqui.